06/02/2008

DENTRO E FORA DE MIM

Às vezes começo a escrever por impulso, sem se quer ter uma linha de idéia para escrever. Uma força...não, força não...uma vontade incontrolável de tornar tudo palavra e depois em versos, sem parar...as vezes essa vontade é tão forte que mal consigo acompanhar o ritmo que ela me impõe...Perco-me em pensamentos que se formam ao acaso, pela simples junção de todas as palavras que transbordam da minha cabeça e escorrem dos meus dedos para a caneta e da caneta pro papel. Uma vontade de me escrever, cada centímetro, esculpindo meus sentimentos letra a letra e registrando como máquina fotográfica tudo que me resume num instante. Muitas coisas ate nem fazem sentido, outras, porem, eu descubro apenas na releitura, mas por algum motivo, especial ou não, essa vontade me toma de assalto e minha boca enche d´água, ansioso por escrever mais e mais. Como aquelas chuvas de verão que caem em plena tarde quente e logo param. Escrever impulsivamente e ininterruptamente é algo que raramente se faz. A necessidade por escolher e lapidar a idéia até ficar no formato da palavra que se deseja e ainda modelar o verso para que dê o sentido desejado, consome tempo preciso e, muitas vezes, não se atinge o resultado esperado. A eloqüência digna apenas dos verdadeiros escritores é uma luz rara, como a aurora boreal...é estrela cadente que alegra apenas os que as vêem cortando o céu....nas minhas modestas palavras, forjada a alto custo cognitivo e ainda sim, longe de ter o brilho de um texto verdadeiramente valioso ou a raridade de uma estrela cadente, é a minha mais profunda exteriorização do meu eu, o que acontece em momentos como esse, em que regurgito sem brechas para a interferência do pensamento....com uma espontaneidade digna apenas de um bebê e sua divina inocência, o pensamento agrega valores, pregam preconceitos e padronizam as idéias. Parece-me muito razoável que eu continue a escrever apenas assim, com pressa, como quem monta um quebra cabeça sem ter a certeza de que esta encaixando as peças nos lugares certos. Tanto já escrevi sobre a necessidade de se fazer compreender e tanto já sofri por causa disso...e quantas horas de minha vida dediquei aos outros e não a mim...me fazer entender era questão imprescindível que merecia destaque até mesmo a frente da idéia que pretendia escrever. Quando se escreve rapidamente, sem se importar com o resto, se escreve sem terá certeza do que realmente se esta escrevendo. Estou farto de tanta parcimônia, quem quiser que compreenda da maneira que bem entender...enquanto meus escritos forem feios apenas para satisfazer minha vontade incontrolável de escrever...nada devo a quem quer que seja. Pois bem...é estranho lembrar das tantas vezes que por horas a fio aguardei inspiração ou motivação para escrever e não rara foram as vezes em que nenhuma gota se quer de idéia me veio em tais momentos...o problema esta no pensamento, em todas as vezes, pus o pensamento em primeiro lugar....não se chega a lugar nenhum pensando, eu penso para dirigir ou ligar o computador, coisas que faço por simples repetição, diferente da escrita, não se escreve varias vezes a mesma coisa, as idéias devem sem livres, elas saem do fundo da cabeça, onde o subconsciente me manda pra fora de mim o tempo todo, e vem, da mesma forma, do mundo exterior, me estimulando pra dentro de mim o tempo todo...e eu não sei pra onde ir.

[rh tendo fluxo de consciência.06.02.08.21:10]

Um comentário:

  1. Maravilhosamente maravilhosa essa sua catarse de emoções...

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