08/09/2013

tutorial para pessoas que têm espelho no banheiro


O meu maior desejo de todos
É o de que todas as pessoas sejam felizes
Todas elas
Merecedoras e não merecedoras
Honestas e desonestas
Amigas e inimigas
Bebes crianças jovens velhos anciãos
Inteligentes, nazistas, tímidos, índios, drogados, bombeiros, capricornianos, canhotos, gays, homens-bombas, argentinos, padres, bebedores de Fanta Uva, professoras de balé...
Sabe por quê?
Porque gente feliz não enche o saco
Gente feliz não faz picuinha
Gente feliz não cuida da vida alheia
Não sente inveja da alegria dos outros, porque tem a própria alegria
Gente feliz não fica pensando maldades
Gente feliz é mais sadia
Gente feliz não tem depressão
Porque gente feliz é otimista, otimistas alcançam o sucesso facilmente, pessoas de sucesso motivam outras pessoas a serem iguais a ela
Gente feliz faz gente feliz
E lembre-se: Ser feliz não é fingir alegria, sorrisão de plástico colado na cara, comediante por esporte E por dentro, tudo em ruína. 
É assim que a indústria quer que você se comporte: um ator fracassado da própria vida. Fracassados consomem mais.
Seja verdadeiramente feliz, tranque-se no banheiro e pergunte em voz alta para o cara do espelho o que faz ele feliz.
E se, por acaso, a única resposta que obtiver for 'dinheiro', é porque você ainda precisa aprender umas coisinhas antes de continuar este diálogo
Alguns, infelizmente, não aprenderão... Paciência. Não se pode ter tudo na vida
Mas se a dor for grande demais
Jamais fique muito tempo parado diante dela
Vá contornando, devagarzinho
Outros caminhos certamente aparecerão

[rh.08.09.2013.18:42]

imagem: google imagens

03/06/2013

Um homem bom



Nunca fiz nada que maculasse minha imagem de homem bom, sério, religioso e respeitador. Referência de moralidade e conduta. Exemplo de marido, pai de família, e profissional respeitadíssimo. Mas hoje eu estou a fim é de causar confusão, sabe...?  tempestade em copo d’água. Barraco gratuito. Começando por escarrar no chão alheio, na frente do alheio, e andar por aí com um palito de dente no canto da boca. Pensei em ligar para certas pessoas que precisam ouvir algumas verdades, mandar elas pra puta que pariu, mesmo. Pensei em enviar e-mails bombásticos que destruiriam pra sempre relações. Publicar no  Facebook todos os segredos que sei sobre os outros, só pra ver a merda acontecer e se multiplicar como um vírus. Estou com a chave do carro na mão, pronto pra sair por aí xingando, a plenos pulmões, todos os malditos rodas-presas que só fazem aumentar as minhas chances de vir a desenvolver um câncer de raiva. Dirigir rápido e perigosamente. Jogar extintor nas putas e latas de cerveja nos mendigos. Estacionar em local proibido, distribuir cantadas vulgares só pra ver a cara de nojo das garotas, e ainda meter a mão no rabo delas quando se afastarem. Ser escroto com o garçom. Falar bem alto, ocupar bastante espaço e fumar o cigarro mais fedido... não, um charuto, sim, bem mais fumacento. Para que todos ao redor sintam repulsa, e se eu tiver sorte, um deles venha reclamar para que eu tenha o prazer de quebrar a cara do infeliz.  Quem sabe até dar uns tiros, matar alguém num momento de absoluta raiva deve ser uma sensação ótima...ver o fogo no cano, sangue no chão, pavor nos rostos, e a morte nos olhos. A sensação de controle, ser temido, intocável. Deixar meus instintos mais primitivos me guiarem num caminho raivoso sem volta. Fazer tudo que há de mais indigno, grotesco, desumano, e abominável. E, no fim de tudo, desacatar o policial, resistir a prisão e dizer apenas foda-se pra todos. Ainda bem que tenho pó suficiente pra entupir meu nariz por hoje. Felizmente a sociedade esta a salvo por mais um dia. Além do mais, ninguém iria querer perder a referência da minha imagem tão digna.

[rh.03.06.13.17:48]

imagem: google imagens


mensagem institucional: 

isso que você acabou de ler é um Conto, 
ou seja, uma ficção, 
ou seja, não expressa a opinião do autor.

Equipe ricardiando.blogspot 



26/05/2013

BICABONATO



As vezes eu queria ser o Cebolinha... é, aquele mesmo da Turma da Mônica. Apesar do complexo que ele deve ter por causa de seu problema de pronúncia errada, nem tudo é desgraça. Certamente ele não teria problemas em saber em qual das “...xítonas” a letra ‘r’ entra nessa maldita palavra bicabonato. Não bastasse ela ser um termo foneticamente horrível - uma junção bizarra de sílabas que não combinam - ainda meteram um ‘r’ pra foder de vez com tudo.

Eu não tenho vergonha nenhuma em dizer que preciso pensar (muito) antes de pronunciar essa coisa esdrúxula – mentira, eu tenho vergonha, sim. Palavrinha ridícula, cara. Pra minha sorte, eu estudei Direito, e bicabonato não esta no rol de palavras do meu cotidiano. Mas imaginem se tivesse feito o curso de Química ou Farmácia... estaria na merda, com certeza.

- diga rápido!
- Bicãbo... não,  bicaborn... não, não, digo... bicarbonato?... isso! é... ah, acho que é isso.

E a vergonha própria (pela burrice) e a alheia (das poucas pessoas que me achavam um cara inteligente) ?  Lamento. Pra minimizar o meu sofrimento desafio você a dizer três vezes, bem rápido: “TRÊS PRATOS DE BICARBONATO PARA TRÊS TIGRES TRISTES”.

Quem sabe agora eu não aprendo de uma vez por todas que o ‘R’ é depois do ‘CA’... BI-CAR-BO-NA-TO. Ou é isso, ou terei que viver sem ele pelo resto da vida. Estou mais inclinado pela segunda opção.

[RH.26.05.2013.18:25]


13/05/2013

“Apoio ao regime democrático tem ligeira queda”





Essa frase é o título de uma reportagem do jornal Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/05/1271563-apoio-ao-regime-democratico-tem-ligeira-queda-aponta-datafolha.shtml), é de uma leviandade tão grotesca que me causa ânsia. Sem dúvidas, a verve do suprassumo do que a há de mais podre.

Ela diz, como se o regime democrático carecesse de apoio, como se fosse uma mera opção que se sustenta sobre as outras apenas por ter, até o momento - talvez por sorte ou bom trabalho publicitário - o apoio de uma maioria que não tem certeza do que quer.

O autor do título, sutilmente, aborda o tema como se não estivesse gravada nas páginas da Constituição Federal do Brasil – chamada de Constituição Cidadã, ou Popular – a sua consolidada e irrevogável implantação perpétua; como se ela corresse o risco de ser, a qualquer momento, deturpada por bárbaros marxistas, ou coberta com tinta cor verde-oliva por militares herdeiros do ranço ditatorial do século XX - que arquitetam secretamente dentro dos paióis um novo golpe, pior que o anterior, pois desta vez regado à vingança.

Diz o título, ainda, que a democracia esta em decadência, pois uma fração já deixou de dar apoio, ela já não é tão forte e não se mostra mais tão útil quanto antes, na opinião desses que mudaram de ideia; que a democracia já foi melhor, e já não é digna de apoio, voltemos ao status quo.

O título trata a democracia como se fosse uma coisa trivial, como se não fosse algo importante para a nação, como se não fizesse diferença nas vidas do brasileiro:

- Democracia? Ah, só pra no dia das eleições ir votar no menos ladrão, ou no que me pagar uma tanqueada de combustível.

E a parte mais triste: um jornal como a Folha publicar tal escarnio – tudo bem, nós sabemos que eles nunca foram confiáveis, mas dessa vez passaram dos limites. Se pensarmos o quanto a imprensa foi achincalhada pela ditadura, inevitável o arrepio cadavérico que só o sentimento de traição é capaz de provocar. Pensar na quantidade de pessoas que morreram para que, trinta anos depois, mercenários disfarçados de jornalistas pudessem escrever isso, só faz aumentar a minha descrença.

Escrevi este texto ouvindo Nome aos Bois, clássico dos Titãs (ouça: http://www.youtube.com/watch?v=mNqig2w5iQ0) que, mais de 20 anos após ter sido escrita, continua atual; e os bois não param de aumentar.

[RH.05.05.2013.22:08]

 Fontes:



09/05/2013

indicação de filme: "Isto Não é Um Filme"



Já estava deitado pronto pra dormir quando, na última zapiada pelos canais da TV, me deparei com este filme - melhor dizendo:  “não filme” - que acabará de iniciar no Telecine Cult. Depois de ler a sinopse não consegui mais desgrudar os olhos.

“Isto não é um Filme” não é apenas um título propositadamente criado para despertar a curiosidade e tudo que ela traz consigo. Na verdade, de fato não é um filme, nem documentário, nem clip, nem uma estória contada... esse registro cinematográfico não se encaixa em nenhum formato que caiba classificação.

O protagonista é Jafar Panahi, cineasta iraniano condenado pelo Estado a - além da prisão -  ficar por 20 anos proibido de  escrever roteiros e dirigir filmes. De dentro de seu apartamento, onde aguarda o resultado do recurso de apelação para tentar reduzir sua pena, ele inicia filmagens precárias registrando sua própria angustia.

Empunhando o roteiro para o último filme que pretendia gravar - e já se vê impedido - ele começa a descrever com maestria as cenas do que seria o filme, quadro a quadro. Para cinéfilos de plantão, uma verdadeira mini aula.

Impressionante como ele consegue retratar a sofrida realidade dos iranianos, utilizando-se de coadjuvantes da vida real - dos quais alguns se quer chegam a aparecer. Tudo retratado apenas da micro atmosfera do condomínio onde mora. 

O “não filme” é de uma delicadeza e sensibilidade única, e faz quem assiste ingerir um montão de sentimentos ruins, todos eles com sabor de indignação.

Indignação por saber do que teocracias são capazes de fazer para manter o povo na absoluta ignorância, pois uma nação que não pensa não questiona, e é bem mais simples e conveniente governar nessas condições.

Engraçado que eu escrevi isso com a mesma pretensão de quem tem convicção de que coisas desse tipo jamais acontecem em outros regimes de governo, né? Quem dera...

Para o Irã, Panahi era uma ameaça, já não é mais.

Quase 02h da madrugada... eu ainda tentava digerir tudo isso.

[RH.09.05.13.23:25]

Leia sobre o caso: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/justica-iraniana-confirma-condenacao-de-cineasta-a-6-anos-de-prisao/n1597281424503.html

PS: Não encontrei a íntegra do filme, apenas um resumo, mas continuarei tentarei. Quem puder assistir, eu recomendo.

05/05/2013

Não é disso que eu estou falando...



Este texto demorou um bocado pra ser escrito, pois já sou fã deles há muito tempo, e não tem nada relacionado a essa foto ilustrativa, lógico.

Ela é Badi Assad, cantora brasileira de sorriso cativante, voz sedosa, violonista primorosa, única beatbox da MPB, com uma habilidade incrível de produzir sons utilizando apenas o próprio corpo. Acho que nem Hermeto Pascoal conseguiu extrair sons do próprio corpo, e olha que ele extraiu sons de tudo que era possível (e impossível).

Ele, André Abujamra, compositor, multinstrumentista,  cantor e ator, membro de duas das melhores bandas deste país: Os Mulheres Negras e Karnak. Dotado de uma inventividade que permite transformar em arte coisas aparentemente banais e sem valor, como por exemplo o próprio curruculum (http://www.youtube.com/watch?v=4Xul_oCLtxU).

Em comum eles têm a incrível habilidade de produzir universos sonoros que inviabilizam o encaixotamento de suas obras no estilo musical A ou B... Algo semelhante ao que acontece com minha ídolo islandesa,  Bjork. É nítido que eles descartam totalmente os modelos e padrões convencionais, e se arriscam, criando formas, misturando ritmos, batucando as bochechas, experimentando instrumentos...  

Outro aspecto em comum é o fato de terem sido reconhecidos mundialmente por seus trabalhos, e só ganharam algum prestígio no Brasil tempos depois. Aqui na Província em que vivemos é assim, só se valoriza aquilo que os gringos dizem que é bom. E se acham que estou exagerando, perguntem ao David Byrne, que tirou o inigualável Tom Zé - ignorantemente classificado como tropicalista - de mais de 20 anos de ostracismo. Obrigado David!

[rh.05.05.13.21:32]

E vamos ao que interessa, aí vão algumas amostras:

Badi Assad:

André Abujamra:




24/04/2013

Decepcionando Bukowski



A vida é um esgoto
Escura e fétida
o nojo de tocar nas paredes é inevitável
Todas as direções parecem levar a um lugar pior
Seguir em frente apenas para não deixar os vermes subirem pelas botas
Bebo até não mais sentir o odor do chorume que molha as roupas
Avançando pelas galerias de água podre
As vezes pra cima, até a luz do sol e o lixo da superfície entrarem bueiro adentro  e  encherem minha boca de ânsia
As vezes pro fundo, mais pra perto dos ratos
Os ratos pelo menos são honestos, querem me roubar e não tentam fingir que não querem
Faço obscenidades para espantá-los, escarro na cara deles
Mas eles já não se importam mais
Roem meus tornozelos necrosados
E lambem minha boca enquanto durmo
Mas quando eu for apenas uma carcaça podre e sem vida
Só os vermes me acolherão



07/04/2013

Curta Metragem


Varanda de Madeira ruidosa, era onde estávamos sentados, lembro-me desse dia:  uma quinta-feira de primavera, as horas já estavam avançadas noite adentro, calma e amena; com o silêncio produzido pelos que dormem e os que respeitam o escuro da noite, conseguia ouvir os trovões da chuva que caia a muitos quilômetros. Assistia o movimento dos bichos noturnos. E, com a caneta em punho, tentava escrever algo que fosse tão contemplativo quanto aquele momento de solidão prazerosa. Sim, ficar sozinho é prazeroso, não o tempo todo, claro. 

Costumo dizer que nem sozinho eu fico de fato sozinho, nesses momentos eu me faço companhia e quase sempre meu Eu lírico também aparece, apesar de nossa relação ser um tanto conflituosa. Colocamos a conversa em dia, lavamos nossas roupas sujas, e damos risadas dos nossos próprios infortúnios. Reforçamos os votos de segredo das coisas que são só nossas.

Tentando escrever alguma coisa que valesse a pena, vinham em minha mente ideias não tão boas, algumas melhores, outras piores. Passados vinte minutos, se quer tinha encostado a ponta da caneta no papel. Engraçado que quanto mais se tenta apurar as ideias antes de escrever, pior elas vão ficando, até perderem completamente o sentido. E escrever coisas sem sentido só é permitido aos artistas de verdade. Rabiscadores de palavras, como eu, acima de tudo, tem que conhecer os próprios limites. Já têm textos ruins suficientes espalhados por toda parte.

Há tempos queria escrever um romance - minha neta, noutro dia, disse que romances são para velhos. No auge dos seus nove anos, disse a ela que tinha razão, fiz cosquinha em sua barriga e fomos assistir desenho animado. 

Não poderia ficar de fora do meu romance, uma mulher como Alice: espírito forte, discernimento aguçado, personalidade radiante, inteligência em demasia, feminilidade em tudo que é seu, dona do meu mundo, a quem eu devoto todas as homenagens. Esposa, mulher, companheira, confidente, amiga. Protagonista do que há de melhor em mim.

Meus filhos, razão primeira para que eu me tornasse uma pessoa melhor... ou um pouquinho menos pior. Nada se compara a esse sentimento que se tem por um filho. 

Perdi bastante... dinheiro, tempo com coisas sem importância, amigos, viagens, minha carteira e celulares [incontáveis vezes], dizer coisas de que gostaria, elogiar, xingar, brigar, pedir desculpas. Mas ganhei também... mais ganhei do que perdi, acredito.
Fracassos, arrependimentos, saudade, cheiro de material escolar novo dentro da mochila, alegria, vergonhas, gargalhadas, beijo na boca, filmes ruins, decepções, orgulho, raiva, o primeiro carro zero, festas, brigas, velórios, fralda suja, porres, brigas, time do coração, tatuagem, gírias esquecidas... sim, eu vivi tudo isso.

Depois de me emocionar relembrando todas essas coisas tomei minha decisão: desisti de escrever o romance, acho que essa é a decisão mais acertada. Minha vida já foi um belo romance, com personagens reais, e estórias de amor e aventura. Agora, após tantas páginas escritas nas linhas da vida, viradas uma a uma pelo tempo, o desfecho é simplesmente comtemplar minha obra. Meu ego, em silêncio, concorda, sorrindo ternamente. Eu lírico sorri um sorriso honesto, como poucas vezes vi em seu rosto, toma a caneta de minha mão, e escreve “fim.” na folha deitada sobre minhas pernas. Continuamos, os três, sentados na varanda de madeira ruidosa.

[rh.março.2013]
imagem: http://imagens-de-fundo.blogspot.com/2011/05/

17/03/2013

Nunca confie no primeiro pensamento

Hoje me disseram que o chocolate provoca prazer igual ao de um orgasmo. No primeiro pensamento descartei essa ideia de plano. Mas no segundo...


...de fato, tenho que concordar.


[rh.17.03.13.18:08]

imagem: http://entretenimento.temmais.com/noticia/10/18388/candidatas_do_britains_next_top_model_posam_cobertas_so_por_chocolate.htm

07/03/2013

A Dinamarca é um lugar bizarro.


vejam essa pérola que pesquei no Facebook:

"Olha só a última vinda de Copenhagen, na Dinamarca: Um escritório de arquitetura chamado CODE vai criar, na cidade, um centro de educação infantil que terá casas, parques, estádios, teatro e até uma prefeitura!

Isso mesmo, uma mini-cidade que será controlada pelos pequenos jovens. Na cozinha, as crianças de até seis anos auxiliam os chefs e aprendem a cultivar a própria comida!

A ideia é que todo o ambiente seja divertido, para que as crianças aprendam a conviver na cidade da forma mais harmônica possível. Olha só mais detalhes e fotos do projeto: http://goo.gl/7nG6E"


Fiquei a imaginar essa mini-cidade em cores verde e amarelo, e concluí... se fosse aqui no Brasil teriam que incluir no projeto uma boca de fuminho, o desmanche de carrinhos, a favelinha, o assentamentozinho de sem-terrinhas, templinhos religiosos, presidiozinhos... puteiro não precisa porque nossas crianças já frequentam os de adulto mesmo.  Isso se sobrasse dinheiro, claro, pois provavelmente seria mais uma obra superfaturada, digo, superfaturadinha.

[rh.07.03.2013.20:36]

fonte e imagem: http://www.facebook.com/benfeitoria

25/02/2013

Homem se joga em cima de carro para proteger veículo de granizo




- Difícil definir o que sinto quando penso que este indivíduo pertence a mesma espécie que eu. Homo Sapiens... talvez não tão Sapiens.

- Mas é massa ver ele ficando todo vermelho e, do meio do vídeo em diante, a chuva ficando ainda mais forte. Créditos para o cinegrafista que assistiu a cena ao vivo e conseguiu não rir. 


fonte: http://f5.folha.uol.com.br/humanos/1236495-homem-se-joga-em-cima-de-carro-para-proteger-veiculo-de-granizo-veja.shtml

19/02/2013

Quanto você esta disposto a pagar por uma faxina na sua agenda?


Sabe daquelas coisas que, apesar de banais, consomem nossa vida aos centavos? Centavos de tempo, de paciência, de qualidade de vida, de tranquilidade... e no final do ano/da vida/da soma,  você tem um puta prejuízo?... então, uma delas é a agenda do celular repleta de contatos que você nunca usa ou se quer lembra de quem se trata. Mas a gente sempre acha que é perder muito tempo parar apenas para limpar a agenda... e protelamos.

Confesso que já estava nessa há mais de dois anos. Hoje, finalmente tomei coragem de fazer isso.  De fato gastou um tempo considerável da minha existência – certamente muito menos do que a soma total dos centavos desse período todo. Certamente não é uma atividade que se possa incluir no dito Carpe Diem, mas o custo benefício gozarei a partir de agora. 

Apaguei mais de 200 contatos, dos quais, pelo menos uns 50 eu nem fazia ideia de quem eram. Sem contar os nomes “anônimos”, armazenados sem referência, do tipo “JOAO”... João da onde? Tudo bem, eu assumo a culpa, às vezes era até um João que valeria a pena se manter na lista, mas agora é tarde.

Passando um a um dos nomes, para decidir quais seriam apagados ou não, tive boas e más recordações. É mais ou menos como olhar um álbum de fotografias: nostálgico! Você lê o nome, se recorda dos momentos, e decide se poderá ligar pra pessoa a qualquer hora, um dia talvez, em algum ano dos que ainda acha que viverá, ou se deixará que o acaso (ou ao destino, como queira) escolha se deverão se reencontrar.

No Budismo se aprende que a felicidade que um dia se sentiu deve permanecer no passado, e que é vã a tentativa de tentar reviver aquele momento pretérito – o que passou deve ficar no passado! Apesar de não concordar muito com essa ideia aí, esse argumento me serviu muito bem para apagar dezenas de contatos, sem peso na consciência.

Confesso que apaguei algumas pessoas sem ter certeza... por puro impulso da “hora de limpar a agenda”. Mas não tem problema, se for o caso, no futuro me arrependerei, e Deus me perdoará. Talvez a pessoa não, mas Deus, com certeza.

Se um dos condenados pela minha dedada no ‘apagar’ ressurgir, eu conto, com a voz resignada, aquela velha mentira do ‘perdi o celular’ ou ‘meu chip deu problema, perdi toda minha agenda’. As vezes minha hipocrisia parece não ter limites... ah, pelo menos eu não a escondo de ninguém, como fazem a maioria das pessoas; fardo que carregam por toda a vida, e que custa muito mais caro que os meros centavinhos que a agenda suja do celular debita de suas vidas.

[rh.19.02.13.22:39]

imagem: google imagens

17/02/2013

A Lenda dos Olhos de Pérola


A lenda  é a de que a Noite morria de curiosidade para saber o que acontecia durante o dia.  O que era impossível, pois o Sol jamais permitia que ela ficasse para encontrar pessoalmente o Dia, de quem ela só ouvia falar desde a infância. Se nem mesmo a Dona Lua tinha o conhecido - se não apenas avistado de longe, por entre as nuvens – que dirá a jovem Noite.

Mas como toda moça que se prese, ela não se contentou, e começou a pensar num jeito de conhecer o Dia. Conversou com a Aurora Boreau, as Estrelas, o Vento, as Nuvens... mas todos disseram que não poderiam ajudar, pois era impossível o que ela queria.

Triste pelo fracasso, Noite começou a chorar e a se lamentar;  Oceano, sentindo as lágrimas sobre suas costas, veio saber o que se passava. Noite se desculpou pelo incômodo causado, e disse que queria muito conhecer o moço chamado Dia, mas todos diziam que era impossível. Comovido com a inocência da pobre garota, esse velho de águas, que tudo sabe e a todos conhece, sorriu, dizendo que tinha uma surpresa para ela. Começou a se agitar em ondas gigantes, até que emergiram de suas profundezas duas pérolas cristalinas, que refletiam a luz da Lua como espelhos, iluminando tudo a sua volta, como se tivessem vida própria.

 Disse então o Oceano à pequena Noite para que assumisse uma forma discreta, silenciosa e ágil, e que colocasse em seus olhos as pérolas, assim, toda vez que o Sol olhasse para ela, veria apenas sua própria luz refletida nas joias e não desconfiaria de que era a Noite disfarçada. Mesmo assim, tudo isso serviria apenas para saber como é o Dia, não poderia conversar com ele, se não o disfarce ficaria comprometido.

Atônita, Noite vibrava de alegria, e sabia exatamente a quem procurar. Dirigiu-se até a Sombra, elemento que, assim como o Oceano e as Nuvens, convivia bem com o Sol e o Dia, pois era flexível, ajustava-se facilmente a todas as coisas, e nunca deixava de estar presente, onde quer que fosse. Noite repetiu as mesmas características ditas pelo Oceano: forma discreta, silenciosa e ágil. Sem demora, Sombra recortou em sua silhueta um animal pequeno e alongado, e com movimentos elegantes. Pérolas colocadas sobre os olhos, e tudo estava pronto, era só esperar o Sol chegar, trazendo Dia em seus raios.

Desde então, durante todas as alvoradas, Noite pega sua sombra especial e suas pérolas e passa com o Dia, espreitando-o e rindo do Sol.


[rh.17.02.2013.23:25]

imagem: google imagens

16/02/2013

ENSAIO MAL FEITO SOBRE A RISADA


Em verdade, tudo que acontece vira motivo de risada. E se assim é, quem sou eu para dizer o que deve ou não ser rotulado como piada - fatalmente se tornariam duas e não mais apenas uma, sendo a segunda (e mais depreciativa) a minha tentativa vã de impedir essa marcha inexorável. A comédia é o fim último da existência, se consuma além da morte. Tudo se torna engraçado, e, por conseguinte, torna-se eterno. O infinito é uma grande gargalhada ecoando universo a fora, pois o cosmo não se preocupa com “coisas sérias”.

A risada é,  em regra, produto de um “motivo engraçado”... juro, caro leitor, que escrevi outras 8 linhas nesta sequencia, tentando detalhar e esmiuçar o que seria esse motivo engraçado (que todos concordamos, é uma expressão bem pobrezinha na sua essência), mas ao final da oitava linha e vários minutos passados, frustrado, apaguei tudo, socorri-me as velhas aspas... continuando, esse “motivo engraçado” é algo subjetivo e esta a mercê da interpretação que cada um dá - baseado nas suas próprias crenças, valores, conhecimento, sentimentos, etc. E como toda boa regra, há  exceções: não pressupõe que a pessoa esteja necessariamente feliz ou que o motivo seja obrigatoriamente engraçado, conheço gente que começou a rir compulsivamente no momento em que soube da morte da própria avó (não, ela não odiava a vó, tampouco ficou feliz por conta disso). Bizarro né?

O fato é que... sinceramente, já não me lembro do porque comecei a escrever este texto. Podem rir se quiserem.

Para salvar esse texto do fracasso total, vai uma citação: "Um dia sem rir é um dia desperdiçado" (Chaplin).

[rh.16.02.2013.16:10]

imagem: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRh80t8NjOa8Q4dWb2-tvErMTNh0krMgJrX5aYICqoIzHBWZO2KKA

11/02/2013

Joy Division / New Order


Se eu não enxergasse e ouvisse com minha própria cabeça, acho que dificilmente acreditaria que New Ordem é composto pelos  ex-integrantes do Joy Division. Duas bandas absolutamente antagônicas.

Intrigante imaginar como deve ter sido para aqueles caras, lá no início da década de 80, o período de transição do pensamento pós-punk que impulsionava o Joy Division, tão cinzento e melancólico, para o eletrônico experimental, repleto de sintetizadores que davam movimento e cores as composições do New Order.

O fato é que são duas bandas maravilhosas, cada uma no seu estilo. 

[rh.11/02/2013.10:11]

New Order:
Joy Division

19/01/2013

não seja ingênuo...tristeza mesmo, só os cães é que sentem...


Sabe o verdadeiro significado da sua morte ? ...lá vai:

Para o seu chefe: problema
Para o Estado: estatística
Seu concorrente: oportunidade
Seu inimigo: alegria
Seu contador: prejuízo
Sua família: indignação
Seu advogado: lucro
Pra Deus: ?
Pra funerária: capital de giro
Pro barqueiro: 2 moedas a mais
Pro coveiro: trabalho
Seus amigos: lembrança
Para os vermes: alimento
Seu cachorro: tristeza

[rh.19.01.13.20:59.reeditado graças ao Paulo Milra e Dri Freitas]

imagem: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/retrospectiva/2012/01/04/bichos.htm

08/01/2013

10 coisas que me faltam para atingir a perfeição:





Assoviar com a língua dobrada entre os dentes
Fingir estar feliz
Assistir Star Wars sem arrependimento
Não me irritar com as tomadas que não servem para os meus aparelhos
Encontrar beleza na voz do Chico Buarque
Fritar ovo sem quebrar a gema
Descobrir o que me levou a gostar de Nietzsche
Escolher, de uma vez por todas, a minha banda favorita
Matar um pedófilo e/ou estuprador com a ajuda do Quentin Tarantino
Me sentir superior sem menosprezar o próximo

[rh.07.01.2013.23:25]
fonte: http://www.recantodasletras.com.br/frases/4073022
imagem: http://fineartamerica.com/featured/frankenstein-tom-carlton.html