05/05/2013

Não é disso que eu estou falando...



Este texto demorou um bocado pra ser escrito, pois já sou fã deles há muito tempo, e não tem nada relacionado a essa foto ilustrativa, lógico.

Ela é Badi Assad, cantora brasileira de sorriso cativante, voz sedosa, violonista primorosa, única beatbox da MPB, com uma habilidade incrível de produzir sons utilizando apenas o próprio corpo. Acho que nem Hermeto Pascoal conseguiu extrair sons do próprio corpo, e olha que ele extraiu sons de tudo que era possível (e impossível).

Ele, André Abujamra, compositor, multinstrumentista,  cantor e ator, membro de duas das melhores bandas deste país: Os Mulheres Negras e Karnak. Dotado de uma inventividade que permite transformar em arte coisas aparentemente banais e sem valor, como por exemplo o próprio curruculum (http://www.youtube.com/watch?v=4Xul_oCLtxU).

Em comum eles têm a incrível habilidade de produzir universos sonoros que inviabilizam o encaixotamento de suas obras no estilo musical A ou B... Algo semelhante ao que acontece com minha ídolo islandesa,  Bjork. É nítido que eles descartam totalmente os modelos e padrões convencionais, e se arriscam, criando formas, misturando ritmos, batucando as bochechas, experimentando instrumentos...  

Outro aspecto em comum é o fato de terem sido reconhecidos mundialmente por seus trabalhos, e só ganharam algum prestígio no Brasil tempos depois. Aqui na Província em que vivemos é assim, só se valoriza aquilo que os gringos dizem que é bom. E se acham que estou exagerando, perguntem ao David Byrne, que tirou o inigualável Tom Zé - ignorantemente classificado como tropicalista - de mais de 20 anos de ostracismo. Obrigado David!

[rh.05.05.13.21:32]

E vamos ao que interessa, aí vão algumas amostras:

Badi Assad:

André Abujamra:




Nenhum comentário:

Postar um comentário