19/02/2013

Quanto você esta disposto a pagar por uma faxina na sua agenda?


Sabe daquelas coisas que, apesar de banais, consomem nossa vida aos centavos? Centavos de tempo, de paciência, de qualidade de vida, de tranquilidade... e no final do ano/da vida/da soma,  você tem um puta prejuízo?... então, uma delas é a agenda do celular repleta de contatos que você nunca usa ou se quer lembra de quem se trata. Mas a gente sempre acha que é perder muito tempo parar apenas para limpar a agenda... e protelamos.

Confesso que já estava nessa há mais de dois anos. Hoje, finalmente tomei coragem de fazer isso.  De fato gastou um tempo considerável da minha existência – certamente muito menos do que a soma total dos centavos desse período todo. Certamente não é uma atividade que se possa incluir no dito Carpe Diem, mas o custo benefício gozarei a partir de agora. 

Apaguei mais de 200 contatos, dos quais, pelo menos uns 50 eu nem fazia ideia de quem eram. Sem contar os nomes “anônimos”, armazenados sem referência, do tipo “JOAO”... João da onde? Tudo bem, eu assumo a culpa, às vezes era até um João que valeria a pena se manter na lista, mas agora é tarde.

Passando um a um dos nomes, para decidir quais seriam apagados ou não, tive boas e más recordações. É mais ou menos como olhar um álbum de fotografias: nostálgico! Você lê o nome, se recorda dos momentos, e decide se poderá ligar pra pessoa a qualquer hora, um dia talvez, em algum ano dos que ainda acha que viverá, ou se deixará que o acaso (ou ao destino, como queira) escolha se deverão se reencontrar.

No Budismo se aprende que a felicidade que um dia se sentiu deve permanecer no passado, e que é vã a tentativa de tentar reviver aquele momento pretérito – o que passou deve ficar no passado! Apesar de não concordar muito com essa ideia aí, esse argumento me serviu muito bem para apagar dezenas de contatos, sem peso na consciência.

Confesso que apaguei algumas pessoas sem ter certeza... por puro impulso da “hora de limpar a agenda”. Mas não tem problema, se for o caso, no futuro me arrependerei, e Deus me perdoará. Talvez a pessoa não, mas Deus, com certeza.

Se um dos condenados pela minha dedada no ‘apagar’ ressurgir, eu conto, com a voz resignada, aquela velha mentira do ‘perdi o celular’ ou ‘meu chip deu problema, perdi toda minha agenda’. As vezes minha hipocrisia parece não ter limites... ah, pelo menos eu não a escondo de ninguém, como fazem a maioria das pessoas; fardo que carregam por toda a vida, e que custa muito mais caro que os meros centavinhos que a agenda suja do celular debita de suas vidas.

[rh.19.02.13.22:39]

imagem: google imagens

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